sexta-feira, 2 de maio de 2014

Não existe magia na mentira


Os políticos espertalhões, a mídia, os vigaristas e os profissionais de Marketing sabem que para as pessoas que formam a massa de manobra você vende o quiser. Não duvide, algumas delas provavelmente ainda acreditam em Papai Noel.

Aliás, qualquer pessoa que perpetue a fábula do velhinho que corre o mundo em um trenó em uma única noite, está mentindo para seus filhos. Que contradição, não é mesmo? Dou a melhor educação para o meu filho, ensino a ele tudo sobre honestidade e o poder da verdade, entretanto mantenho viva a magia do Natal contando a ele que Papai Noel existe, além disso acrescento bons princípios (que se parecem mais com chantagem!), exijo que ele seja um bom menino, para que o velhinho venha no meio da noite e deixe um presente na meia dele. Devidamente subornado, ele terá um dia de encanto quanto acordar.

Essa é a mais bem sucedida campanha de Marketing que já existiu. Pena que a Coca-Cola quando formulou o briefing da campanha, não frisou que o bom velhinho presentearia apenas com seus refrigerantes, e se contentou em fazer parte da comemoração. Ela seria campeã absoluta de vendas, só teria que lançar umas garrafas high-tech ou luxuosas para contentar os gostos mais refinados.

Bom, a lenda realmente existe, ela ganhou uma roupagem nova, e a ideia se apoderou das mentes propícias a serem massa de manobra, já que todo o enredo está cercada pelo glamour da troca de presentes, do apelo cristão de redenção e perdão que cerca a data. Quem não embarcaria na ideia?

Você pode ser um canalha o ano inteiro. Aí por um dia, você se cobre de sentimentalismo, que pode encontrar em um cartão de banca de jornal e presenteia as pessoas que você detonou o ano todo. Você se torna o “generoso”. Quanto mais caro for o presente, mas generoso você será. Não é perfeito?

Até se parece com as indulgências que os cristãos pagavam para terem acesso ao Reino dos Céus, com uma boa diferença, você não precisa morrer para saber se alcançou seu objetivo. Ele é alcançado de imediato.

Não é à toa que o Japão, que, por definição, nem cristão é, aderiu à data. Ela vende mais do que sexo. Todo mundo quer ser bom, e é isso que todas aquelas músicas, luzes e sentimentalismo da campanha natalina pregam. Acima de tudo, você se torna bom e generoso, sem o trabalho de o ser realmente.

Quem se importa se a data é pagã ou se Jesus nasceu mesmo nesta data? Se você é cristão ou não? Que diferença isso faz? O importante é presentear! E nesse clima até os agnósticos embarcam. E não me venha com lembrancinha, presentei com presentes caros. Cada vez mais esse recado se intensifica, vide campanhas nas TVs, jornais, revistas, internet: “É Natal! Dê uma joia, dê um computador de última geração, dê um celular interplanetário, dê um carro, dê um apartamento luxuoso... só não deixe de presentear.”

(Risos.) Acho que me aprofundei demais na estória do Papai Noel, mas para encurtá-la, meus pais me contaram a verdade logo de cara. Consumismo lá em casa não vingava, a vida era dura, e minha mãe abriu logo o jogo e sem cerimônia: “Filha, Papai Noel não existe, quem vai comprar seu presente é seu pai, com o esforço do trabalho dele e dentro das nossas posses”.

Os defensores do marketing natalino, pensam que sou traumatizada por conta disso, mas eu entendi perfeitamente o que minha mãe disse, sempre agradeci imensamente meu pai pelo que ele pôde comprar. Percebi que a dignidade estava no trabalho. E não vejo motivo para mentir, pois para sonhar e ter esperança não é preciso mentir.

A partir do momento que você se torna um pai ou uma mãe, você se torna exemplo para seus filhos, eles se espelham em você, eles aprendem não só o que você diz, mas o que você vive e faz. Como esperar que se filho não fume, se você fuma? Como esperar que sua filha não engravide na adolescência, se você engravidou? Como esperar que seus filhos sejam honesto, se você mente para eles? Por esse motivo, pondere bem sobre o que está mentido para eles.



Alcançar a massa de manobra é simples, ela aceita ideias fáceis e confortáveis, do tipo Papai Noel em latinha vermelha. Pode ser transportado com facilidade, fica à mão, não dá trabalho para abrir, é só engolir! «

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Opiniões por si só não mudam o Mundo

Ter uma opinião é louvável, demonstra que você usa seu intelecto como deveria. Entretanto, só ter uma opinião não muda o Mundo, a menos que consiga convencer mais pessoas sobre ela, daí você já partiu para ação. Deixou de ser o dono de uma opinião para se tornar um ativista dela.

Pois bem, respeitado este princípio, creio que você já percebeu que para ser um ativista de uma opinião precisa estar plenamente convencido do seu teor, e, munir-se de argumentos convincentes para persuadir outras pessoas a embarcarem nela com você. 

Esse ponto está claro. Daí vem a pergunta? Por que tantas pessoas derramam suas opiniões mescladas com crenças infundadas sobre nós o tempo todo?

Seriam elas: sem conteúdo, sem propósito ou simplesmente massa de manobra?

Aposto na última opção, existem pessoas que ponderam sobre o que ouvem e então opinam, elas demonstram convicção; e, existem pessoas, com uma certa preguiça mental, que preferem repetir o que ouvem.
Afinal de contas, tomar decisões leva as pessoas a se responsabilizarem e comprometerem-se, e consequentemente a agirem. «